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Uma pequena história dos 25 anos de Aikido na UnB
Durante anos e anos, Shikanai Sensei ensinava que os movimentos têm que “encaixar”. Quando executávamos o movimento, na maioria das vezes notava-se que algo não estava bem.
Na última vez que ele passou por Brasília, por ocasião
das avaliações e do treinamento, quando perguntado o que
seria encaixar, ele respondeu: encaixar é ser confortável
tanto para o uke (que recebe a técnica) como para o tori (aquele
que a executa).
Ser confortável virou o mote do treinamento e que agora buscamos
aplicar nas nossas aulas. Qualquer que seja a forma a ser executada, ela
tem de ser - além de eficiente, harmoniosa, sincronizada - também
confortável.
Quando nos desviamos de um ataque, quando aparamos um golpe, quando saímos
de uma “segurada”, devemos utilizar não somente o movimento do
corpo, mas a compreensão que deve estar presente para trabalhar
com as emoções e intenções envolvidas entre
as partes.
Realizar movimentos que vão contra a natureza da pessoa, ou que
traga dor e sofrimento desnecessário para subjugar, cria somente
raiva e rejeição, assim como a vontade de revidar, em lugar
da percepção da riqueza do movimento, que tira a agressividade
e a vontade de brigar.
Estudar com afinco para conhecer as causas desse sofrimento resulta na
sua superação e em atingir outro nível no nosso desenvolvimento.
O lugar do treinamento tem de ser alegre e agradável a todos em qualquer idade e condição física. O aprimoramento global que se busca deve sempre incorporar valores e ética, que representam a riqueza da Arte Marcial moderna, onde se proíbe o combate, permitindo que movimentos eficientes possam ser executados sem que as pessoas fiquem feridas, física ou moralmente.
A cultura e a educação assim gerada e praticada devem ser as bases da nova humanidade, sustentável e solidária, que todos devem conscientemente buscar. Talvez seja esse um dos maiores legados do que estamos praticando.
Nelson Takayanagi – Brasília, 11 de março de 2014 - AIZENKAI
Aizenkai.